Influenciador do Oeste de Santa Catarina é investigado em operação contra rifas virtuais
O influenciador digital Gladison Pieri, natural do Oeste de Santa Catarina, foi liberado da prisão após pagar uma fiança de R$ 100 mil. Ele havia sido detido na terça-feira (6) durante uma operação policial no Rio Grande do Sul, que visava desmantelar um esquema ilegal envolvendo rifas virtuais. A fiança foi estabelecida pela Polícia Civil, permitindo que Pieri aguardasse o prosseguimento do caso em liberdade. Sua companheira, Pamela Pavão, também envolvida na operação, foi solta sem necessidade de pagamento de fiança, já que a prisão em flagrante se aplicava exclusivamente a Pieri.
Ambos os suspeitos, no entanto, continuam respondendo por diversos crimes, incluindo exploração de jogos de azar, crimes contra a economia popular, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Apesar de estarem em liberdade, eles ainda enfrentarão o processo judicial relativo a essas acusações. Em resposta, o casal usou suas redes sociais para afirmar que agora estão “100% regularizados”, embora a Polícia Civil tenha contestado essa alegação.
De acordo com a legislação brasileira, rifas virtuais são consideradas ilegais, a menos que haja uma autorização específica do Ministério da Fazenda. Normalmente, rifas são permitidas apenas para causas filantrópicas e com prêmios não monetários. A investigação revelou que, até 2023, o dinheiro arrecadado nas rifas virtuais era diretamente depositado nas contas do casal, o que é proibido. Desde então, eles teriam contratado uma “empresa de título de capitalização”, mas os títulos devem estar vinculados a entidades beneficentes, o que não ocorreu conforme a lei.
A investigação também revelou que o esquema envolvia manipulação de números sorteados e a não entrega de prêmios para alguns vencedores. A Polícia Civil identificou indícios de que familiares e conhecidos próximos ao casal foram favorecidos nos sorteios, com um homem próximo ao casal ganhando um prêmio duas vezes. O site de rifas foi alvo de ordens judiciais, e a análise continua para verificar a existência de fraudes.
Durante a operação, a polícia apreendeu ao menos 15 veículos de luxo, incluindo marcas como Porsche, BMW e Corvette, com valores que ultrapassam R$ 1 milhão cada. A ostentação de vida de luxo do casal, evidenciada em suas redes sociais, contrastava com a ilegalidade de suas atividades. Além da lavagem de dinheiro, que envolvia misturar recursos ilegais com os ganhos de empresas paralelas, foram identificados bens não registrados em nome dos suspeitos, evidenciando ainda mais o esquema criminoso.
ClicRDC